Esse projeto foi desenvolvido durante o LAB Foto Contemporânea 2021. Fomos provocados e nos inspiramos nas poesias do Manoel de Barros. Ao ler uma estrofe de “A VOZ DE MEU PAI”, parei hipnotizado. Estava ali a centelha. Li e reli a estrofe diversas vezes. Só ela me interessava. Permeado por ela comecei a pesquisar no meu acervo para ver quais das minhas fotos falavam o que eu estava sentindo. Elas foram se apresentando, se arrumando. Antes disso tudo, observava uma amiga pintora que fixa as telas na parede com fita crepe e queria fazer algo com essa ideia. Em discussões de como deixar uma poesia nos permear, entendi que a tela de pintura me ajudaria com isso. Ok, mãos à obra. Preparei um fundo com a tela e a fita crepe e voltei a primeira edição das fotos. Tira uma, coloca outra, uma pede para estar com aquela e tem aquela que não quer ficar com a uma. Um tempo depois tinha as fotos, as que ficariam em grupo, as que ficariam sozinhas, os trechos da estrofe que queria inserir e parti para a composição do livro. Apresentei-o no LAB onde foi bem recebido e surgiu a ideia de transferir as fotos para a tela de pintura em vez de imprimir nelas. Essa provocação veio de um lado porque seria mais tangível ter uma tela em mãos do que um papel impresso e por outro lado, porque adoro um desafio. Deu trabalho! Muito mais do que imaginei! Fiz oito livros que em função da técnica são únicos, já que a transferência é um processo sem controle.
Termino esse projeto feliz com o resultado e reafirmo que... estou simples.
Termino esse projeto feliz com o resultado e reafirmo que... estou simples.
This project was created during LAB Foto Contemporânea 2021. We were inspired by Manoel de Barros’ poems. When I read one stanza from “A VOZ DO MEU PAI”, I was hypnotized. There was a spark. I read and reread the stanza several times. I was only interested in that stanza. Permeated by it, I started searching my collection to see which of my photos transmitted what I was feeling. They were introducing themselves, showing themselves to me. Before all that, I watched a painter friend who tapes her canvases to the wall with masking tape and I wanted to do something similar. In discussions of how to let poetry permeate us, I understood that the canvas would help me with this. Okay, let's get to work. I prepared a background with the canvas and the masking tape, and went back to the first edition of the photos. Take one, put another, one asks to be with that other one and there is the one who doesn't want to be together with the other one. A while later, I had the photos, the ones that would be in groups, the ones that would be by themselves, the excerpts of the stanza that I wanted to insert and I started composing the book. I presented it at the LAB where it was well received and the idea of transferring the photos to the canvas instead of printing on them came up. This provocation came on the one hand because it would be more tangible to have a canvas in hand than a printed paper, and on the other hand, because I love a challenge. It was a lot of work! Much more than I imagined! I made eight books that,due to the technique, are unique, since the transference is an uncontrolled process.I finish this project happy with the result and reaffirm that... I am simple.
As páginas do livro / The pages of the book